Pai e trigêmeos cegos dizem como a cegueira os unem como família
“Deus nos ama assim como somos e não comete erros” disse Olegario Cantos VII, mais conhecido como Ollie que é cego e apesar disso, sempre lutou para conquistar seus objetivos.
A conversão de Ollie Cantos
Ollie Cantos conheceu a Igreja em 1995, e por ter tido uma criação religiosa, ele sempre questionava os missionários e não acreditava em sua mensagem.
Um ano após conhecer a Igreja, uma dupla de sísteres começou a ensinar Ollie novamente. Ele disse que havia sido ensinado pelos élderes e que não tinha intensão de se filiar à Igreja.
Apesar dos missionários o convidarem para orar pela confirmação de que a Igreja era verdadeira, somente na sétima ou oitava visita as sísteres sentiram a inspiração de convida-lo para orar pela verdade e de joelhos.
Ao se ajoelharem e orarem juntos ao final da lição, Ollie disse que sentiu uma paz que nunca havia sentido antes. Ele se emocionou com aquele sentimento e começou a chorar.
“Olhei para as sísteres e não tinha ideia do que estava acontecendo. Eu disse: ‘Não sei como explicar isso, sísteres, mas eu posso ser batizado?’”. Ollie foi batizado no dia 8 de dezembro de 1996.
“Para mim, filiar-me à Igreja foi a maior e a melhor decisão que tomei em minha vida até agora. Poder ter o evangelho em minha vida me transformou de muitas maneiras. E por causa da Igreja, me tornei uma pessoa melhor, e creio que definitivamente estabeleci uma boa vida para mim”.
Até 2010 Ollie nunca imaginaria que seria pai de trigêmeos, até conhecer Steven, Nick e Leo. Os irmãos nasceram na Colômbia e tiveram uma infância difícil.
Ollie entrou na vida desses meninos ao ser recrutado por uma agência de serviços sociais. E sua vontade de mostrar as oportunidades que eles poderiam ter, despertou nele o desejo de adotá-los.
O contato de Ollie, com os meninos, os ajudou a ganhar novas habilidades, aprender sobre seu potencial e se aproximarem dele.
O objetivo de uma família eterna
Em 2012, os trigêmeos foram apresentados à Igreja e foram batizados no dia 8 de dezembro do mesmo ano, 16 anos depois do batismo de Ollie. Sobre sua experiência na Igreja, Leo Cantos disse:
“Para mim, filiar-me à Igreja foi a maior e a melhor decisão que tomei em minha vida até agora. Poder ter o evangelho em minha vida me transformou de muitas maneiras. Por causa da Igreja, me tornei uma pessoa melhor, e creio que definitivamente estabeleci uma boa vida para mim”.
Em 2016, Ollie tornou-se o guardião legal e Steven, Nick e Leo. O objetivo da família é selar-se no templo.
Uma das conquistas mais marcantes dos trigêmeos é a conquista de serem os primeiros trigêmeos cegos a conquistar o título de Eagle Scout, um dos distintivos mais especiais no escotismo.
Hoje, Nick iniciará seu terceiro ano em Gestão de Negócios na Universidade de Southern Virginia (SVU). Leo estuda Artes Liberais com foco em Direito, na mesma universidade que o irmão. E Steven pediu transferência de sua atual universidade para a SVU.
Sobre seus filhos, Ollie Cantos disse:
“Eles continuam a progredir e fazem isso a seu modo. Apesar da adversidade ao longo do caminho, eles ainda dão o seu melhor”.
A luta contra a COVID
Em 2020 a família passou por um momento muito difícil quando Leo e Nick precisaram ser internados ao contraírem o vírus da COVID-19. Apesar de também contrair o vírus, Steven teve somente sintomas leve.
Ollie sofreu por não poder estar com seus filhos no hospital e mantinha contato regular por telefone. Eles passaram por momentos difíceis na luta contra o vírus e Ollie relata que chorou e suplicou ajuda ao Senhor, por medo de perder seus filhos.
Apesar dos momentos difíceis, Ollie relata que sentiu o amor do Salvador.
“Eu simplesmente sabia que o que era para acontecer, aconteceria. Mas estava disposto a fazer qualquer coisa, tudo que fosse necessário, para que eles pudessem viver”.
Sobre a experiência de enfrentar esse vírus, Nick disse: “aprendi a lutar” e Steven relatou: “o Senhor estava conosco… mesmo durante os momentos mais difíceis”.
Leo disse que os princípios que aprendeu na Igreja o ajudaram a enfrentar esse momento difícil.
“Pude ler as escrituras e ter uma ideia de como ser uma pessoa mais forte, de modo que, quando passei por essa terrível COVID, consegui ter muito mais força e permanecer com Deus”.
“A cegueira não é um desafio, é apenas uma característica”
“Para eles, terem chegado tão longe e feito tanto tão cedo, isso é um vislumbre do que farão ao longo de suas vidas como adultos. É apenas o começo”, disse Ollie.
Para Ollie, Leo, Nick e Steven, sua cegueira não é um desafio, mas apenas uma característica. Eles acreditam que, por meio de trabalho árduo, podem realizar tudo o que quiserem.
“Às vezes, as pessoas pensam que oramos para sermos curados. Honestamente, isso não está em nossas mentes. Simplesmente sentimos que o que somos é a forma como o Senhor nos fez e, por isso, somos gratos por quem somos. É a experiência da cegueira que nos une positivamente, e é por isso que agora somos uma família. Estamos aqui apenas para melhorar um pouco a cada dia. Não achamos que ser cego seja tão importante. O verdadeiro problema que vem com a cegueira é o que as pessoas pensam sobre ela e não a cegueira em si”, disse Ollie.
Fonte: LDS Living / Church News
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