Como posso saber o que significa “minha vida” quando todo mundo está confuso sobre o que significa “vida”?
O artigo a seguir é um trecho do livro “A fé não é cega”, escrito por Élder Bruce C. Hafen e Marie K. Hafen. Este livro descreve experiências pessoais, perguntas inesperadas e complexidades que encontramos no caminho da vida e que podem desafiar nossa fé.
No décimo terceiro capítulo do livro, “A vida e a minha vida”, os Hafen compartilham um contexto geral sobre como o mundo moderno perdeu o rumo sobre o significado da “vida”, e o que isso significa sobre como podemos encontrar o significado de “minha vida”: nossas próprias vidas.
Primeiro, vamos imaginar um esquema simples que mostre um pequeno quadrado dentro de outro maior. Vamos dizer que o quadrado grande externo tenha o nome de “vida”, e o quadrado menor dentro do grande seja “minha vida”. O que isto significa é que durante séculos, grandes forças históricas definiram o quadrado exterior da “vida”, e as pessoas tiveram que definir sua própria “minha vida” de acordo com o que essas grandes forças diziam.
Por exemplo, durante os primeiros 1500 anos depois de Cristo, a Igreja católica e depois os reis definiram o significado da “vida” – o grande quadrado – para quase todos na Civilização Ocidental (Europa e América do Norte e do Sul). E as pessoas geralmente aceitavam seu lugar dentro do grande conjunto, geralmente porque achavam que essa era a vontade de Deus para eles.
Pense nas peças de um tabuleiro de xadrez, que representam o modo de pensar das pessoas durante esses anos. O rei, a rainha, o bispo, o cavalo, a torre e o peão tinham o seu lugar e o seu poder, e só podiam mover-se até certo ponto, em função do papel que a sociedade lhes concedia.
Então vieram as revoluções em massa, especialmente na ciência, que estavam ligadas às “descobertas do Novo Mundo” dos europeus na América do Norte e do Sul. Então, a ciência foi substituindo a religião e os reis na definição do que era a “vida”. E as pessoas individuais gradualmente aceitaram seu próprio lugar, seu próprio significado de “minha vida”, de acordo com o que a ciência e a sociedade secular acreditavam sobre os papéis individuais.
Mas então chegou o século XX, quando o grande quadrado da “vida” começou a tremer, e para muitas pessoas, esse grande quadrado começou a desmoronar. Foi então que um filósofo europeu chamado Friedrich Nietsche proclamou que “Deus morreu”, o que significava não apenas o declínio da fé cristã, mas o de todas as tradições e “absolutos” em que as pessoas acreditavam há séculos.
Por exemplo, na obra musical o violinista no telhado, Tevye, o leiteiro, canta: “raças às nossas tradições, cada um de nós sabe quem ele é e o que Deus espera que ele faça. Mas sem nossas tradições, nossas vidas seriam tão instáveis quanto um violinista sentado no telhado”.
O século XX foi então testemunha da Grande Depressão e dos horrores das Guerras Mundial, seguidas pela tomada do poder maciço pelo comunismo na Rússia e na China. Agora parecia que aquele alegre violinista tinha caído realmente do telhado.
Sob a pressão desta “história de pesadelo”, muitas pessoas desistiram de acreditar que a “vida” em geral fazia algum sentido. Eles chegaram à conclusão de que a vida não tem sentido, ou que cada indivíduo deve definir sua própria vida por si mesmo, sem um quadro de referência mais amplo como uma religião.
Então, em meio àesse caos, onde está a simplicidade do outro lado da complexidade?
Pois bem, agora que o Evangelho de Jesus Cristo foi restaurado, podemos voltar a captar o sentido pleno da “vida” no grande quadrado. No entanto, ao contrário da Igreja Cristã do Império Romano, os “absolutos” do grande quadrado não nos serão impostos. Dado que o evangelho restaurado valoriza tanto nosso livre arbítrio individual, podemos optar por aceitar o significado de “vida” que o Senhor nos oferece, escolhendo livremente definir e viver “minha vida” em termos que sejam aceitáveis para Deus.
Afinal, Holmes disse que daria “minha vida” para ter simplicidade além da complexidade.
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